Não havia rebentação que me bastasse. Flutuava na areia enquanto siris se escondiam em buracos e a garoa castigava-me a pele nua. Misturado às nuvens, resolvi chover também. Salguei o mar e me consumi escorrendo essas lamentações de praxe. Tragado pelas ondas virei oceano, bati furiosamente contra rochedos, arrastei conchas e lixo para o meu interior, criei corais, persegui cardumes de vida e, finalmente, me dirigi até o mais profundo escuro e aquietei.
Amanheci sob o sol e continuei meu caminho. Já acostumara com essas tormentas.
Um comentário:
Gostei... me lembrou o vazio infinito de algum lugar de dentro de mim...
Postar um comentário