quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Revoada

Tua boca já não comove ou remove minha decepção.
Renovo sentimentos contra teu sorriso impassível, engessado,
incrustado em minhas fantasias mais rubras. Teus olhos
negros
teimam brilhar
em meus dias de insanidade
que se repetem pontualmente às treze horas
na porta do inferno.
Inda não acabou. Mas já rasgo o ar
com minha palavra mais secreta de emudecer pintassilgos.
Estou abandonando o meu refúgio. Recrudesça-te
a tua condição do nada que já foste, pois eu irei,
novamente,
à procura do azul.

(Celso Mendes)

3 comentários:

Pablo Treuffar disse...

Gostei disso "em meus dias de insanidade
que se repetem pontualmente às treze horas
na porta do inferno"

Boa garoto, aguardo o texto sobre os pais enlouquecidos de desjos pos seus bebês pequetitos q li numa entrevista sua.

É isso, abço e sorte pra ti.

Juliana Ponciri disse...

Nusss! nem Johnnie Walker e nem José Cuervo na causa! rs Sugiro homeopáticas doses de um malbec às 13hs! tira os nós da garganta e mescla os matizes do manifestado desejo rubro e do imanente desejo azul. Esta cor eu sei de cor. Funciona! vai por mim. ;)

Celso Mendes disse...

Obrigado pela leitura, povo!

Anotei sua receita DeLacerda! rs

Abraços!