a rasgar pétalas
apanhadas do vento
giro, giro
entonteço, entorpeço
mas toda lágrima tem um preço
e sal
rimas, nem as busco
tenho andado um tanto dispersivo
talvez pelo pólen que me brilha nos olhos
por isso me agarro a grãos de areia
não é o vinho
nem sua mancha
fantasmas habitam em árvores
e nas paredes mora um passado
percorro olhares como um instante
mas instantes não existem mais
pássaros, sim os pássaros
então me distraio com livros e formigas
há dois contos e um menino perdido na página trinta
nuvens, sempre as nuvens
eu calo por não saber gritar
mas minha arma está carregada de palavras
agora entendo aqueles trens
que percorrem trilhos de cristal
e sempre partem
ingresso nessa frágil viagem
caminhos
quantas vezes precisei deles
(Celso Mendes)
6 comentários:
Esplêndido, sublime e delicado, uma dança suave com os versos.
Muito belo,
Aquele abraço!
Muito obrigado, Sérgio! Feliz com seu comentário..
Abraços!
"eu calo por não saber gritar
mas minha arma está carregada de palavras"
gostei muito!
Obrigado, Erika. Devaneios escritos e documentados. Algumas loucuras e viagens...
e a gente sabe exatamente o valor de cada lágrima.
muito lindo :)
miadinhos do Beco.
É isso mesmo Dani. Obrigado pelo comentário...
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