Cláudio Bettega
(12/06/1971-06/10/2010)
"Encontrei certa vez um verso
Todo esfarrado e sujo
Disse-me não ter passado
E também estar perdido e sem futuro
Pediu-me encarecidamente
Que escrevesse um poema belo
E nele o colocasse
Formando aqui e ali algum elo
Prontamente atendi seu pedido
E dei-lhe vida poética
Aqui está o poema
Mas não vou revelar o verso
Quem quiser que adivinhe
Sem dar significado inverso"
***
"De onde vem tudo?
Quem criou tudo isso?
Deus? Que deus?
O que mantém a energia
dos espíritos que, sei,
me energizam?
O que determina a beleza das palavras,
dos homens, da vida; a dureza
das palavras, dos homens, da vida?
O que gera dúvidas, estas dúvidas todas?
Sou louco, sou mito,
sou pouco, sou muito?
Como viemos, se já vamos?
Por que vamos, se viemos?
De onde, para onde?
Por que o por quê?
Ah! inexplicabilidades...
O que me resta é continuar!"
Do livro "Busca", Curitiba: edição do autor, 2006.
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