Após adentrar a sala, girou a chave da porta quatro vezes e repetiu para si mesma:
- Precaução nunca é demais!
Logo depois de conferir as janelas de todos os cômodos daquela enorme casa vazia, erguida pela própria família, em área hoje cobiçada pela especulação imobiliária, ela programou a televisão para desligar em meia hora, apagou a luz e deitou-se.
Antes de fechar os olhos, apalpou a cabeceira para pegar o aparelho celular, esperançosa de encontrar por ali uma chamada não atendida ou mensagem recebida - nunca tinha nada, nem sinal de nenhum dos filhos. Então, ela encolheu-se num canto estreito da velha cama de casal, abraçando os dois joelhos e, por fim, despediu-se mais uma vez da casa - certa de que, um dia, cairiam juntas.
Um comentário:
gostei...
faço agora parte deste grupo. sou do Amazonas e procuro manter contatos com escritores de outros estados.
http://ohomemcomumaaberturanatesta.blogspot.com/
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