Passou o dedo pela
cabeceira e mostrou para a garotinha deitada na cama ao lado:
- Olha essa sujeira,
minha filha, isso aqui está uma vergonha!
- Mas não fui eu que
sujei.
- Foi você sim; Está
aqui no seu quarto.
- Mas...
- Nada de “mas”! Ainda hoje você pega um paninho e limpa. Quando eu voltar, quero ver isso aqui
brilhando.
A garotinha, ainda
deitada na cama, refletiu sobre o pó em cima da cabeceira e sua relação de
culpa em relação ao pó.
Quando a mãe voltou, a cabeceira ainda estava toda
empoeirada. Ao notar a sujeira - ainda a pairar por ali, ela logo cobrou da filha:
- Por que é que a
cabeceira continua cheia de pó?
Com um ar de saber só
de experiências feito, a garotinha respondeu, até com certo desprezo:
- Não adianta limpar. Vai sujar de novo. É pó
de gente.
2 comentários:
lembrei de minha ex-mulher.
bom mini.
E sempre haverá pó de gente ou gente em pó esperando que ventos a levem leve.
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