quarta-feira, 22 de junho de 2011


Passou o dedo pela cabeceira e mostrou para a garotinha deitada na cama ao lado:
- Olha essa sujeira, minha filha, isso aqui está uma vergonha!
- Mas não fui eu que sujei.
- Foi você sim; Está aqui no seu quarto.
- Mas...
- Nada de “mas”! Ainda hoje você pega um paninho e limpa. Quando eu voltar, quero ver isso aqui brilhando.
A garotinha, ainda deitada na cama, refletiu sobre o pó em cima da cabeceira e sua relação de culpa em relação ao pó.
Quando a mãe voltou, a cabeceira ainda estava toda empoei­rada. Ao notar a sujeira - ainda a pairar por ali, ela logo cobrou da filha:
- Por que é que a cabeceira continua cheia de pó?
Com um ar de saber só de experiências feito, a garotinha respondeu, até com certo desprezo:
- Não adianta limpar. Vai sujar de novo. É pó de gente.



2 comentários:

Carlos Cruz disse...

lembrei de minha ex-mulher.

bom mini.

Rosa Cris Perônico disse...

E sempre haverá pó de gente ou gente em pó esperando que ventos a levem leve.