segunda-feira, 8 de agosto de 2011

white lies



fantasma vago
ponto cego
no canto do olho

desaconteço

o mundo adolesce
treme e eu encolho
num canto desse quarto crescente

fotos, câmeras, manifestos
desvarios roucos
punhetas entrópicas
afogam ofélias

insepultas e castas
flutuam dormentes
recitando cantigas mortas
versos inúteis

resgatam insetos
riem dos manifestos
rasgam incunábulos
repletos de promessas

fatos, atos, ratos, mortos
falos, otelos, ralos, ateus

cubro teus ouvidos
protejo tua pele nua
enquanto danças evitando
roletas poliglotas
filtro meu olhar em verbos
traçando esses caminhos intransitivos

“quem lê tanta notícia?”

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