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para que o corpo possa abrigar o vasto,
ressuscitando-se,
abrindo-se,
tornando-se dois, três, uma
infinidade de pequenos corpos
ou pequenas promessas de ser,
para que esse vasto
se revele imanente e abra o infinito
de cada raiz, de cada pequeno ser,
de cada pequeno olhar
aberto ao mundo,
para que esse corpo e esse vasto
desalinhem e tornem a criar,
numa criação real, vivente, sem linguagem
e com a memória viva
de um corpo sem espaços
necessária se torna
a promessa incondicional
de um sexo indiferenciado,
sem lugar absoluto
no seio da criação.
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Jorge Vicente
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