segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Convidado Jorge Vicente

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para que o corpo possa abrigar o vasto,

ressuscitando-se,

abrindo-se,

tornando-se dois, três, uma

infinidade de pequenos corpos

ou pequenas promessas de ser,

para que esse vasto

se revele imanente e abra o infinito

de cada raiz, de cada pequeno ser,

de cada pequeno olhar

aberto ao mundo,

para que esse corpo e esse vasto

desalinhem e tornem a criar,

numa criação real, vivente, sem linguagem

e com a memória viva

de um corpo sem espaços

necessária se torna

a promessa incondicional

de um sexo indiferenciado,

sem lugar absoluto

no seio da criação.

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Jorge Vicente

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