Há um vulcão escondido
De onde brota sangue grosso.
Forte, quente e vivo.
Lágrimas de algo que foi morto.
Ele jorra aos montes.
Escorre entre as minhas pernas
Limpando a dor ou o amor antigo.
E muitas vezes, suja o meu vestido.
O sangue se esparrama pelo chão,
Não faz cerimônias ou concessões
Apenas me afoga em seus braços lânguidos.
E reafirma algo que tento esconder.
Não há fruto, não há semente
Nem espera ou desespero
Apenas uma mulher que colore
De vermelho, o banheiro.
2 comentários:
Gostei bastante do poema. Tomei até a liberdade de tomar emprestado do blog "cirandeira" para dialogar com o teu, este poema:
Não ficas a guardar
o silêncio
do corpo
Nem a dor
nem a culpa
quando a vida fenece
Queres de ti lapidar
as rosas sanguíneas
Os rubis do teu útero
quando o tempo se esquece
Maria Teresa Horta, Lisboa, 1937.
Abraços.
Amei!!!! Lindo!!!!
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