quinta-feira, 3 de maio de 2012

pinga

"Só se pode encher um vaso até a borda. Nem uma gota a mais." Caio Fernando Abreu

há um som na espera
os ponteiros marcham distantes
e os homens mal sabem do silêncio
dos jantares em família

almeja-se o calar sem culpa
a solidão perfeita
onde não se perde de si
e se encontre em egoísmo torpe

a torneira da pia pinga sobre um copo
dá o contraponto do que se passa aqui
o território traz divisa transparente e frágil
não suporta mais do que lhe cabe.

2 comentários:

Claudia Lemos Rezende disse...

Oi Larissa, você escreve de forma contundente e, certeira, crava o punhal das verdades.

Excelente poema de cunho social que desenha facetas humanas em toda sua miséria. Quando na verdade deveria sim, transpirar grandezas. Pena que a humanidade não veja e nem ouça espetáculos gratuitos da natureza - se assim fosse nós seríamos melhores.

Parabéns moça!
Olha, foi tudo de bom aceitar o convite do meu neo-amigo Silvio Afonso pra chegar no Bar, pedir uma bebida e fartar-me de versos.

até breve... Que eu volto!
rs
besitos

Larissa Marques - LM@rq disse...

obrigada, linda! beijos!