nos distantes idos dos outroras juvenis, escritores melancólicos enxotavam seus corvos com asas de graúna e apetite for destruction para dentro do meu cérebro pulsantemente confuso, convencendo-o - e ao resto de mim - que a vida era um enorme monturo de merda de vários gatos preguiçosos embrulhado em um véu colorido com aroma de jasmim. intermitentemente e sem dó bicavam minha cachola, até acenderem os candelabros da razão-que-não-se-cala: os bons da literatura, do cinema, da música, de toda arte que vale à pena, morrem jovens. não demorou e a certeza veio, indefectível, incandescente, luminosa e sorridente: não quero passar dos 40. com toda a solenidade que o momento exigia - tinha 17 anos, porra! - comuniquei meu desejo à mamãe, que ficou me olhando com aquela expressão de "coitado do meu filho... maluquinho, maluquinho... também, passa o dia inteiro lendo..." bom, o tempo passa, o tempo voa e a poupança bamerindus? a meia-idade chega e muda a porra toda. morrer antes dos 40 o escambau! eu quero é rosetar, beber, fumar, comer, cagar! quero descobrir a pedra filosofal, se existiu mesmo esse tal de cabral, se quem vence a batalha, no final, é o bem ou o mal, se entre a branca de neve e os sete anões rolou um furimfumflau. trinta minutos me separam da virada fatal. rezem, orem, persignem-se, prostrem-se, façam preces por mim. se chegar aos 41, a cerveja e o amendoim japonês são por minha conta.
Carlos Cruz - 14/12/2012
Um comentário:
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