terça-feira, 21 de maio de 2013

Asas

Cobri minhas asas
Com as cores que recolhi dos desertos.

São flores, galhos, gotas que se espalham...
São contas, penas, mistérios de um atalho.

Estrelas pulsantes, incandescentes raios,
Águas translúcidas, intrigantes relicários.

Ânforas de sóis, cântaros lunares,
Murmúrios suaves, toques e olhares...

Mel maduro sugado das tâmaras;
Fragrâncias de corpos lambuzados em âmbar.

Movimentos performáticos de mar,
Ondas enigmáticas de amor.

Óleos aromáticos, tendas de magia.
Delírio, sonhos, fantasia.

Poemas constantes, desejos incertos.

Na ruptura da aresta
de um grão de areia,
Ampulheta
vazia.

2 comentários:

Olinto Simões disse...

Em ampulheta vazia, o tempo não passa.

O grão de areia com ruptura na aresta, me arrasta.

Se o tempo não passa, para onde me leva ?

Permaneço !

O ficar me enregela.

Venha me aquecer com óleos aromáticos, pois, de há muito você faz parte de meus sonhos, e meu delírio é vê-la em minhas fantasias.

Você é Fada, Bruxa, Magia...,

Ângela... você é mistério.

Jinhos.

olinto Simões

Angela Gomes disse...

A emenda surpreendeu o soneto, brilhante Olinto :)

Eu, meu eu lírico e, as fadas e as
bruxas que habitam os devaneios, por entre o tempo e as miragens que se materializam em palavras, ficamos deveras envaidecidas e lisonjeadas :)

Saudações, brilhante poeta!