Abandonei a musa manca
Atolada no meu palavrório chocho
Pobre dama imortal!
Cortamos relações
Vagamos então
Fingindo não nos ver nesse charco
Ignoramos as nuvens
Mesmo quando chovem corações
Tortos
Acéfalos
Natimortos
Minha deusa manca afunda
Cria oratórios na lama
Brinca de Ofélia
Distraída e louca
Canta versos indecentes
Todos bárbaros!
Cortamos relações!
Não nos beijamos mais
Somos agora torturadas charlatãs
Comportadas santas
Mãos sobre o colo
Cruzamos as pernas bentas
Em mudas zangas
Um comentário:
Achei ótimo seu texto, poesia de qualidade digna de um autor do péríodo romantico da Literatura Brasileira. Parabéns
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