domingo, 8 de setembro de 2013

arestas



arestas

tuas letras cascateiam
despencam pelas arestas
vestidas de hecatombe

elas espreitam

vastas e vazias
as palavras ressoam

mortas e agourentas

são assovios no vento frio
fantasmas de acertos, erros e fados

no céu escuro as vozes troam
reboando sibilantes

relâmpagos alumiam instantes

“But don't play with me,
 'cause you're playing with fire”

partem-me a cabeça
nessa epifania esquisita

febre

milhares de cacos tilintam
minhas almas espargidas pelo chão

não escute o sonido

cobre os ouvidos
cerra teus olhos
trinca bem os dentes

e espera a treva