Contei até dez e
Meio incerta
Disse não pro teu sorriso
Não quero mais no meu colo
Essa alma desabalada
Essa coisa quebrada
Esse desejo inacabado
Decidi
Flanávamos no meio dessa aurora
Tudo era baço menos teu sorriso
Não te contei?
Sei desfazer o laço
Bastaria cortar essa liga
Que tua língua tem
Que me fisga
Bastaria não pensar
Calar tua voz imaginada
Bastaria...
Eu sei
Desfazer o laço
Fugir desse abraço
Contar até dez
Até cem
Até...
Que teu sorriso
Desata a ponta
Noutro canto
E vem outra noite
Outro verso
Outro encanto
E esse fado
Fiado em desertos
Os fios desse estofo me distraem
Embaraço os dedos nos teus
Risco tuas costas
Desenho teu nome
Sorrio
E fico
Enovelada
Enroscada
Enrascada
Engasgada
Traçando mapas para o nada
Perdida e enredada
Não quero contar mais nada
Confesso às minhas asas
Aquelas que dormem bem ali
Presas por teus alfinetes na almofada
Um comentário:
adoro ler você, Rosa, tem algo que não tenho ao escrever: classe. isso sempre e traz aos seus escritos, beijo!
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