quinta-feira, 12 de junho de 2014

PERPENDICULARES

O rascunho do que escrevo
O gosto eterno de um beijo
Ao som abafado do que vejo
Tornam ilógicos os sentimentos
Quando encontramos duas retas
Perpendiculares
Mefistofélicos atropelamos com pressa
O que já era reto e vergamos os olhares
A janela
Antes com a mais suntuosa paisagem
Agora abraça
O muro....desconfortante miragem
Vivo cada dia como se fosse o penúltimo
Pois não tenho pressa
A fruta que amadurece antes do tempo
Estraga-se de véspera
Viva
Aos pacientes da estrada....à paciência na caminhada
Mesmo sendo nós perpendiculares
Atropelamo-nos
Cedo ou tarde
Viva
Os rascunhos....os gostos
Os sons...os sentimentos...os abrolhos
Lógicos...ilógicos...como tantos outros
Mesmo retos ou tortos
Com razões ou devaneios
São somente nossos
Perfeitos

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