O ladrão
Abre os olhos e vê um clarão de luz entrar pela fresta embaixo da porta do seu quarto. O Assustado percebe que alguém caminha pelo corredor. Ele pega o celular e começa a discar para a polícia, mas desiste e espera um pouco para ter certeza que há mesmo um ladrão
- Além de roubar minhas coisas, ele quer comer minha comida? Eu não posso permitir isso! – pensou o Assustado.
Dentro do quarto ele encontra um grampeador preto no guarda-roupa e segura o objeto como quem segura uma arma de fogo. Aproxima-se da porta lentamente e com muito cuidado gira a maçaneta. Deixa abertos apenas dois centímetros, o suficiente para ver onde o ladrão está agora.
A luz da sala foi acesa. O Assustado se estende no chão e arrasta-se até a cozinha. Verifica o que o intruso comeu quando abriu a geladeira:
- Putz! Uma fatia de pizza, o que sobrou do bolo de ontem e provavelmente ele está com a tigela das uvas nesse momento.
O Assustado se prepara para ir a sala dar o flagrante no ladrão que acaba de ligar a televisão. Ele segura o grampeador com firmeza, abre a porta da cozinha silenciosamente, anda com cautela até o fim do corredor. Estica o pescoço a fim de ver o ladrão que está sentado no sofá. Conta de um a três, fecha os olhos, pula no meio da sala e grita em plenos pulmões:
- Pare, se não eu atiro!
Dona Socorro quase se engasga com as uvas que estava comendo.
- Diego Leonardo, você enlouqueceu? Quer me matar com um susto desses?
- Eu só tava brincando mãe. Não consigo dormir.
- É sério? Agora você vai dormir nem que seja à força. Vamos, passe para o seu quarto!
- Ai! Ai! A senhora vai arrancar minha orelha, puxando assim.
A mãe do Assustado o tranca no quarto. Castigo por um mês.
11 comentários:
Vou ler com calma a noite e comento.To me sentindo como se tivesse parido um filho,rss.Beijos
O meu bom, seu conto tem um quê de crônica no sentido de ser uma história linear sobre o nosso cotidiano (o medo que nos assola). gosto de coisas assim, simples e sem frescuras.
Barba, maravilhoso esse seu texto!
O leitor passa por fases diferentes na leitura e consegue ainda acabar com surpresa...
No começo pensa-se que é um assalto de verdade... depois já se sabe que é alguém de casa, mas o Assustando tá pensando que é um ladrão mesmo... e no final revela tudo...
essa traquinagem eu me lembrei de Calvin... mto foda
André Espínola
"*pois sempre é bom ser criança"
Esta frase escrita acima do título mata o conto da amigo Barba. Houve aí algum equívoco de copia/cola.
Arora isso só elogios. Gostei.
nhaaaaa
haaa tambem me lembrou Calvin!!
muy bien muy bien mariache!
Hummm... Com um castigo assim penso que é bem normal ficar meio neurótico. rs* Na questão da frase acima penso que é legal. Explica a fase dos medos, anseios e a delícia de deixar a imaginação trabalhar. Gostei : )
Barba, o sufoco acabou e valeu a pena.Um conto muito interessante, criativo, o estilo que eu gosto, surpresa no final.Vc apagou toda a ansiedade de antes da postagem com a história do Ladrão.Eu gostaria de tê-lo feito.Parabéns.Obrigada mais uma vez pela ajuda, beijos
Diego Leonardo? Pô, que nome, hein?
Gostei do texto. Quanto à frase inicial sobre a criança, não me tirou o mistério do texto. Mas eu sou meio burrinho mesmo.
Barba um texto do cotidiano, refletindo com humor uma realidade cruel de que nem em nossa casa nos sentimos mais seguros, parabéns pela criatividade.
FORÇA SEMPRE...
Putz... Um mês de castigo por causa disso ? Sem progressão de pena ?
Como está dura a cena carcerária neste país,. hehe
Sério, concordo com o Klotz sobre a frase acima e acho que a entrega do final do conto (da parte do leitor, pois o personagem continua no "fantático mundo de bob"), acontece de maneira natural...
ficanapaz! Aê...
Um de seus "escritores" COPIOU meu texto inteiro!!!!!
Eu quero a retirada do texto e um pedido de desculpas!!!!
MEU TEXTO: RELÓGIOS – PUBLICADO EM 27/02/2007
A CÓPIA: Terça-feira, 13 de Março de 2007
Mente humana?
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