A primeira desconfiança quando folheamos o livro de Marco Ermida Martire, “Capoeira Angola Mandou Chamar” (Fundação de Cultura Cidade de Recife) é a de que enveredaremos por um universo alienígena ao nosso cotidiano: o dos “angoleiros” e sua obstinação em manter viva uma forma tradicional de jogo de capoeira no Brasil. Mas engana-se quem imagina serem os contos que compõem o livro um mero desfilar de rabos-de-arraia, pernadas, rasteiras gingados ou toques de berimbau. Marco nos leva, através de personagens inesquecíveis como Maneco Torto, Diabo Louro, Mestre Gingado, Maiara Sem Mestre ou Loba da Angola a desenrolarmos um novelo de histórias sobre a nossa condição humana tendo como pano de fundo as rodas de capoeira de Salvador e do Rio de Janeiro, sendo a cidade carioca magistralmente retratada em dois dos seus ícones da malandragem: a Lapa e Santa Teresa.
O estilo do autor merece um capítulo à parte. Ágil como capoeirista que é e apaixonado por suas personagens, Marco Ermida Martire nos brinda com uma linguagem riquíssima em expressões populares e do universo da capoeira angola cujo narrador-personagem faz parte, dando ao leitor uma sensação de oralidade pouco explorada nos autores da nova geração.
O texto desfila suas 173 páginas em uma diagramação ousada, levando os leitores à “gingarem” com maleabilidade dentro das histórias que se intercalam, dando a obra um sentido de unidade que não se faz tão somente pela sua temática da arte da capoeira-mãe.
Destaque também para as belas ilustrações de Allan Alex que pontuam com elegância os contos apresentados.
Acompanhe a agonia de Mestre Maneco e sua “torteira” fruto de um problema de coluna, emocione-se com a história de Diabo Louro e sua obstinação em enfrentar o maior de todos os capoeiristas, vibre com a sensualidade brasileira de Maiara e Loba e, sobretudo, deixe-se levar sem medos ou preconceitos pelos casos narrados pelo Velho Malandro, angoleiro dos bons e grande “camará”.
O estilo do autor merece um capítulo à parte. Ágil como capoeirista que é e apaixonado por suas personagens, Marco Ermida Martire nos brinda com uma linguagem riquíssima em expressões populares e do universo da capoeira angola cujo narrador-personagem faz parte, dando ao leitor uma sensação de oralidade pouco explorada nos autores da nova geração.
O texto desfila suas 173 páginas em uma diagramação ousada, levando os leitores à “gingarem” com maleabilidade dentro das histórias que se intercalam, dando a obra um sentido de unidade que não se faz tão somente pela sua temática da arte da capoeira-mãe.
Destaque também para as belas ilustrações de Allan Alex que pontuam com elegância os contos apresentados.
Acompanhe a agonia de Mestre Maneco e sua “torteira” fruto de um problema de coluna, emocione-se com a história de Diabo Louro e sua obstinação em enfrentar o maior de todos os capoeiristas, vibre com a sensualidade brasileira de Maiara e Loba e, sobretudo, deixe-se levar sem medos ou preconceitos pelos casos narrados pelo Velho Malandro, angoleiro dos bons e grande “camará”.
4 comentários:
Lama, fiquei emocionado mesmo com seu trabalho nesta resenha! Obrigado! Gente, quem quiser adquirir um exemplar, deixe um scrap ou envie e-mail para tomesk@yahoo.com
Recomendadíssimo.
Tive a felicidade de ganhar um exemplar (autografado, háháhá, mordam-se de inveja!) durante a saudosa Flip.
Ótimo texto, narrativa cativante e estória e personagens inesquecíveis.
Marco, toda a sorte para você e os "camará"
ficanapaz!
todo sucesso ao Marcos!
Isto foi muito desde que haja um monte de lá fora à espera para a direita.
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