sexta-feira, 28 de setembro de 2007

de medusa que costura insanidades


















Náusea
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Arrasto-me e alguma coisa sussurra:
“Hoje a noite não será pura”
Gargalho com pétalas esmigalhadas na mão
Rio porque já conheço essa frase
Mergulho porque bem sei da danação
Alucino bocas podres
Elas querem dizer algo
Mas se desfazem...
Por favor, não prenunciem o mal!
Estou cansada e suja, sempre maldita
Na boca do lixo, comendo restos de sonhos
Escrevendo cartas para meu amigo invisível e medonho
Que nem sequer ler sabe
Mas sabe gritar no meio da noite
E atear fogo nas cartas, sem sequer abri-las
Adestrou-me no pequeno delito
De roubar flores no cemitério carnal
E oferecê-las á damas mafiosas e petrificadas
Macumbeiras do dizer e do amar
Alquimistas da beleza secreta
Escondida nas coisas mínimas
E quando desmaio ao relento
Ou vomito ao pé do escatológico
Há um altar para tudo isso
Até para carcaças, cantigas de piratas e olhos esbugalhados
Voodus, nojeiras e coroa de punhais
Tudo isso faz arder
Brilha frenesi...
Ave puta, ave palavra, ave náusea!
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Rita

4 comentários:

MPadilha disse...

A musa dos versos satânicos,rsss. Brincadeira linda, adoro seu estilo. Perfeito bem colocado, sempre sombrio sem ser tétrico. Um beijo

Muryel De Zôppa disse...

ainda que não saibas, tu é grande.

Anônimo disse...

Super-hiper complexo. Enigmático. Ótimo.

Unknown disse...

palmas!