.
Ao som da batuta do maestro,
desapareço da esfera mundana.
Respiro o sabor do limiar do espetáculo
e saboreio os olhares da platéia.
Estou viva, subitamente livre de meus ais.
Minha alma, até então triste e fraca,
enfim encontra-se, sorri e agiganta-se,
explodindo em infinitas notas musicais.
Libertos,
meu sorriso e minhas lágrimas
são as luzes do palco.
E eu vôo,
una aos acordes.
Sou, agora,
a beleza da voz do soprano,
trago em meus olhos
o brilho sagrado do piano.
Feita divina,
meu peito exala o poder dos violoncelos,
a força agressiva dos trompetes
e o sussurro milenar das harpas.
Feita mulher,
o vai-vem do arco do violino me embala
em meu gostoso flerte com a vida.
A pausa aveludada do flugel solitário
é meu prolongado momento de prazer
e meu gozo grita nas distorções nervosas da guitarra.
Sou as notas baixas, as notas altas
e o chilrear doce das flautas.
Sou a voz dos saxofones,
dos contrabaixos e dos tenores.
Eterna,
sou o rufar dos tambores...
...a solenidade do clarim
e o estouro do aplauso,
no fim.
.
(feito por mim usando palavras que ouço da Niara, meu amor, diariamente).
.
3 comentários:
Sinfônica sintonia do Amor pautada em vibrantes versos.
É sempre bom prestigiar que mmerece. Parabéns!
q beleza!!
Postar um comentário