quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

EXPIRAÇÃO

* Em parceria com o filósofo Marcus Renato
.
.
Onde andará minha inspiração?
parece estar tão apagada
quanto esta caneta
que expõe meu penar
.
De tão vadia que é
deve estar
num beco qualquer
(ela diria que está num beco sem saída)
.
De tão livre que é
deve estar num vasto campo
coberto de flores
(ela, obviamente, diria estar num campo de concentração)
.
De tão louca que é
pensaria estar me inspirando
entretanto, ela não percebe
que sequer estou respirando
(ela pensa que estou dormindo)

6 comentários:

Luiz Gustavo Ribeiro disse...

Metendo meu bedelho para elogiar a inspiração! Ela apareceu sim, nas linhas e entrelinhas desta belíssima postagem!
Obrigado!!!

Henrique Hemidio disse...

Não!





rs...

Bruno Francisquini disse...

ótimo!
conseguiu inspiração na falta da mesma. meio paradoxo, não?

Anônimo disse...

mto interessante, Deveras!

Leonardo Quintela disse...

beleza. suas falas entre parenteses deram um charme especial ao poema.

parabéns à dupla de dois. rsrs.

Eduardo Martins disse...

Interessante esse lance de inspiração. Fiquei pensando: PoXXA, fico horas escrevendo, tramando, pescando palavras, limando, lapidando, pesquisando etc. para ao término disso tudo atribuir a inspiração o meu trabalho suado? Porém, indo ao Aurélio vi que inspiração além de ser uma moção divina (teol.) poder ser também "qualquer estímulo ao pensamento ou à atividade criadora". Fico com esta!
Bom e simpático poema.