Cai o pano
☼
Eu devia engolir a fala
do modo que engulo o choro
e o retenho com um nó na garganta
e outras linhas emaranhadas
Mas a palavra me desata, me destorce
faca afiada me destrincha expondo trapos
desfia o alinhavo
da figura adquirida em banca de retalhos
mostra-me em cada laivo a artesania
dos adereços de rebotalhos
A isso que sou
---------boneca de sonho
-------------------- títere do som
não cabe reter a palavra que resvala
.
☼
Eu devia engolir a fala
do modo que engulo o choro
e o retenho com um nó na garganta
e outras linhas emaranhadas
Mas a palavra me desata, me destorce
faca afiada me destrincha expondo trapos
desfia o alinhavo
da figura adquirida em banca de retalhos
mostra-me em cada laivo a artesania
dos adereços de rebotalhos
A isso que sou
---------boneca de sonho
--------------------
não cabe reter a palavra que resvala
.
.
Iriene Borges
5 comentários:
que poesia maravilhosa. Que
sensibilidade...
é bom entrar numa página e dar de cara com palavras que entranham na
alma.
beijus
aline
Delicioso.
O poema já começa forte, engulindo o choro e fazendo cara de Clint Eastwood... E finaliza ainda mais forte, contendo a fala.
Bela construção.
ficanapaz
já disse q adorei, né?
esse desata, destorce
destrincha
desfia
tá mto legal!
BJ!
esse eu já conhecia do bde no orkut. bão.
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