quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Desjejum da apatia


Teatro alquímico dos detalhes
Tão incendiário, que tenho provas
Palmilhas de ferro instaladas no peito
E um estranho passatempo de medir a solidão

Mordidas vasculhando lados secretos
Sapateiam meu tempo acelerado
Não é justo,não é válido
Morar do lado de fora dos pavios
Recebendo os convites das entranhas inceneradas

E esta seria uma sentença
De ter a língua amargando teus banquetes
Mas não sou livre o suficiente
Para a estricnina dos teus olhos



foto:Cartier Bresson

2 comentários:

Deveras disse...

Ah, Rita e suas imagens que explodem no subconsciente da gente...

Os versos finais são matadores (pudera, são movidos à estricnina!)

ficanapaz

Iriene Borges disse...

Fantástico Rita