segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Convaidada Allanna Menezes



 Fim de estiada

chuvarada
.
o que tanto pesa
nesses
que caiam
que tanto pinga
desses olhos
e tanto pesa
tanto chove
nessa cara
já nem sei se é
mesmo amor
ou outra peça
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tiro o mundo da tomada
preparo um café
e a velha cadeira,
herança de avô.
é,
com chuva
me deixam assim
fechada para balanço.
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da janela espiava a chuva
afinada em si
fina, tão fininha
mais parecia
seus cabelos, vovó
num coque
conforme o vento
e o tempo
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chuva
cor de nada
feito vento
ou feito deus
por isso
insiste em deixar
multicor
esse céu atrás de si
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quando saí do trabalho
a danada me esperava
molhada como sempre
e eu ali, duro
.
sem dinheiro pro táxi.
me encharquei todo.
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elegia da chuva
nada mais fazia senão chover
chovia por poros abafados em tule preto
e seguia o gotejo
e seguia o cortejo
.
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Allanna Menezes

2 comentários:

Anônimo disse...

adorei esse negócio de tirar o mundo da tomada;;; e cadeira de balanço de avô.

Muryel De Zôppa disse...

lindos.