quinta-feira, 2 de julho de 2009

Flor de Cacto - Flá Perez

À gota
sobre o sulco da seca
a boca pálida e sem beijos
sôfrega espera.

Não choves

e o rio em meus olhos
torna em veios.

Banho-me

no cio que deixaste
em minhas veias.

Aguardo ao relento.

Intenso,
o Sol de amanhã
–que raiou ontem–
virá em contra-senso,
umedecer o pó
que tenho dentro.

Guardo que te esqueces...

E de manhã irá brotar
estranha flor
de gelo e fogo

que ainda
inteiramente desconheces.