sábado, 5 de setembro de 2009

O demônio do meio

Há sol lá fora e não quero ir
A saia me estrangula pela cintura
e a bota revelará o passo lerdo
pelo tornozelo esquerdo
Há um engasgo me esperando

Girassol, Náusea, Asfixia

Tenho sono... fastio dos modos humanos
e nenhum interesse na arte do improviso
Há serpentes e odaliscas ondulando sob o sol
Nunca soube distinguir os guizos
No sofá sob a colcha azul
sou a concha que verte o mar nas almofadas

Não quero ir
Um palmo de luz pela janela já embriaga
E estou certa de que esfolarei a retina
Nas asas finas de alguma fada amarela.

Um comentário:

liz disse...

bárbaro, Iri!

bj