quarta-feira, 9 de março de 2011

PARA ANDRÉ DAHMER


Hoje
Quero falar de André Dahmer
Não do verdadeiro
Não o conheço tanto assim
Não frequentamos a casa um do outro
Nem trocamos figurinhas
Talvez ele seja outra pessoa
Vou falar do meu Dahmer
Vivente em meu mundo interno
Nos meus pensamentos
O Dahmer que eu inventei, é um pouco.
Um pouco não
É um muito
Um muito dos seus quadrinhos
Um muito de suas entrevistas
Um muito de suas telas
Um muito de suas caronas apavoradas no meu carro
O meu Dahmer não acredita em faixas pretas
Não acredita em bom ou ruim
Não acredita em referencias
Ele se constrói
O meu Dahmer não atribui sucesso a dinheiro
Não considera pauta quem vai ficar rico com arte
E quando perguntam como ganhar grana...
... Fica puto
O meu Dahmer quer que as editoras se fodam
As gravadoras explodam
Os Xiitas das opiniões morram
E não tem medo por isso
O meu Dahmer não da à mínima pra cultura de massa
Defeca andando pro consumismo
Não vê novela
Nem ouve rádio
O meu Dahmer é um libertador
Não acredita no Jornal Nacional
É um anarquista
Um comunista
O meu Dahmer é um crítico ferrenho
Odeia a sociedade moderna ocidental
Não quer ficar rico
Nem pobre... de espírito
O meu Dahmer não leu Nietsche
Nem Schopenhauer
E não tá nem ai pra Freud
Não precisa disso
O meu Dahmer é humano
Se entorpece de vinho
Ajuda o vizinho
Anda muito sozinho
O meu Dahmer é um gênio
Não um gênio qualquer
Um gênio sem vaidade
Meu gênio da lâmpada

Pablo Treuffar
Licença Creative Commons
Based on a work at http://www.pablotreuffar.com/.
A VERDADE É QUE EU MINTO

A VERDADE É QUE EU MINTO

4 comentários:

Giovani Iemini disse...

hei, pablito, doideira esse, hein!

Giovani Iemini disse...

vc mandou pro Dahmer?

Pablo Treuffar disse...

Sim, tenho o privilégio de trabalhar no mesmo órgão estadual que ele, ele ficou muito lisonjeado com esse texto e falou que eu sou o herói dele, pura gentileza dele, pq gênio mesmo, pra mim é ele.

Como eu já falei, ele é disparado o maior cartunista brasileiro da nova geração, seu texto é maravilhoso, eu pago muito pau pra ele, vide esse texto.

Abço camarada

caio disse...

Que bosta, a poesia dele tbm eh muito lixo, um mimimi de esquisitão que parece que não cresceu