é a falta e a lacuna quem cria
(Paul Valéry)
fantasmas não dormem
anseios me esperam
o que urge além do lábio e da
palavra
é o mesmo que me trinca o esmalte
dos dentes
vindo da lacuna que ocorre no
rastro do voo
de cada pássaro que ousei ser
neste não sentir talhado nos ossos
feito rios secos a riscar-me a pele
álveos calcinados
onde escorrem congeladas
álveos calcinados
onde escorrem congeladas
a doçura e a tortura
de vozes e olhares idos ou perseguidos
dentro de um pretérito que me
bate à cara
ou em um porvir que se me escancara
ou em um porvir que se me escancara
é para agasalhar ausências que
teço este poema
de vazios e de abstinências
e me permito à lagrima
tanto quanto ao riso
(Celso Mendes)
3 comentários:
Um poema muito bonito, parabéns
por postar para e beleza dos nosso
olhos
Deixo um abraço carinhoso
de bom dia
Bjuss
Rita!!!
Silvio, agasalhar ausencia... muito interessante. Um momento de melancolia foi transformado em poema.
Beijos
Meu irmão, sua competência com a area profissional é notória. Mas, poema, esse dom, me espanta, pois não se aprende, vez que nato. Muito lindo. Parabens!
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