terça-feira, 12 de agosto de 2014

Existência

Santa existência
Cruel inquisição do ser...são
Dai-me insensatez e paciência
Para tudo que não há perdão
À incerteza do que é
Ao deslumbre do que foi
Ao mistério do que será
No desembrulhar do que sou
Abalizar minha existência
Na efígie da família
Até chegar o dia
Em que serei lembrança
Esfumatura.....mancha esquecida
Como já foi antes
Ante...passados
Que de pinturas reluzentes
Tornaram-se borrões...depois...apagados
Tenho uma paciência apressada
Uma sede esfomeada
Quero me alimentar da vida
Quero comer as palavras
Contudo, todo som que chicoteia
Aos meus tímpanos aguçados
Na escuridão clareia
O que não deveria ser lembrado
Tenho uma pressa paciente
Com fome aguardo...mas mato a sede
Solvo tudo que posso
Desse som estridente
Cruel existência
Para tudo que não há perdão
Dai-me insensatez e paciência
Enquanto sofro a santa inquisição

Um comentário:

Orfeu Brocco disse...

Quantas questões não nos poem as voltas com a vida inquisidora ,não ?