Porventura será numa palavra vã
Que a Noite, do poeta a bela cortesã,
Dirá àquele que dorme um descanso sem medos
Como o Amor se revela em antigos segredos?
Envolta no negror de um estrelado véu
Virá a musa noturna, imperatriz do céu,
À cama do poeta, amante do perfeito,
Para dar-lhe um prazer satânico e suspeito.
De posse de um segredo escrito sem sinais
Ele beberá o mel que tanto suplicais;
E viajará então a uma cidade impura
Para sepultar lá a semente da ventura.
Mas todo dom exala o veneno do absinto
E até o poeta irá provar a dor que sinto:
Esse estranho licor que queima na garganta,
Como o vinho que mata, inspira e nos encanta.
Porque terás, infausto odiado e querido,
O mesmíssimo fado outorgado a Cupido:
Que toda flor que brota em meio à escuridão
É bastarda da mais infeliz decepção.
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Eduardo Borges [ rebellis ]
Originalmente publicado em http://revelia.blogspot.com.
6 comentários:
um dos maiores mestres desse bar!
Excelente rítimo!O tema é atrativo para leitura.Li e reli.Abs
Gostei. Têm um ar romantico das antigas.
ficanapaz
"Para dar-lhe um prazer satânico e suspeito."...fica difícil comentar as coisas do Edu ele é um verdadeiro construtor de pérolas....te adoro meu,essa arrepiou!bjos
Xará... DUCARÁLEUM!!!!
O autor, após ser expulso desse Blog por divergir em idéias do dono do local, exige que seus poemas sejam apagados. Este blog não tem mais permissão para exibir meus textos. Aguardo pacientemente a remoção dessa poesia.
Grato.
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