segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Orvalho de Lágrimas

A janela aberta
Liberta a brisa
Que traz sentimentos escondidos,
Sufocados como um brado
De lugares mais longínquos.

Viaja pelas colinas,
Mergulha fundo em rios
E chega como chega um navio
Há muito perdido
Num porto amigo.

E faz frio.

Como se nessa noite chovesse,
Mas o céu sem nuvem
Parece junto aos prédios
Estar bebendo e sorrindo.

Faz frio,
Não da noite quente
Que se espalha pela cidade recifense.

Mas o frio
Do orvalho das tuas lágrimas
Que entram pela janela
E me abraçam dormindo.

André Espínola

Um comentário:

Angela Gomes disse...

Poema delicioso. Ótimas lágrimas líricas para serem bebericadas.