A janela aberta
Liberta a brisa
Que traz sentimentos escondidos,
Sufocados como um brado
De lugares mais longínquos.
Viaja pelas colinas,
Mergulha fundo em rios
E chega como chega um navio
Há muito perdido
Num porto amigo.
E faz frio.
Como se nessa noite chovesse,
Mas o céu sem nuvem
Parece junto aos prédios
Estar bebendo e sorrindo.
Faz frio,
Não da noite quente
Que se espalha pela cidade recifense.
Mas o frio
Do orvalho das tuas lágrimas
Que entram pela janela
E me abraçam dormindo.
André Espínola
Um comentário:
Poema delicioso. Ótimas lágrimas líricas para serem bebericadas.
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