quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Adeus Olinda

No Diário Oficial da União
Da minha vida,
Sancionou-se o Decreto-Lei
Que extinguiu Olinda.

É como se voltasse no tempo
E o vento sussurrasse
Ao ouvido de Duarte Coelho,
Lá no Alto da Sé,
Para não exclamar "Oh Linda!",
Pois no futuro estão reclamando.

Sim, eu sei que a cidade
Dá saudade
Aos foliões turístas

E encanta quem canta
Os frevos pelas ladeiras
Íngrimes.

- tão íngrimes como a da Misericórdia
onde até lagartixa
ao subi-la
cai de costas -

Mas Duarte Coelho não havia visto
O sol bater nos teus olhos
No alvorecer.

Nem mais ninguém.

Por isso no meu Diário Oficial
Olinda feneceu com seus
Encantos.

E agora ao ver-te
Vou sair pelas ruas frevando:

"Oh linda,
Quero cantar..."

André Espínola

3 comentários:

Anônimo disse...

!! Muito Bom !!

Jessiely Soares disse...

Muito belo o poema, meu amor. Obrigada por tanto carinho e por ser tão doce. Amo você!

Glauber Vieira disse...

Deu até vontade de conhecer Olinda!