sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O Pouso

Por voltas e voltas
em torno da própria cabeça
idéias perdidas perambulam
soltas no espaço
à espera de uma janela
uma entrada
para pousarem salvas
do pensamento dos outros:
idealistas, empreendedores, loucos,
não irão nunca jamais
repensar o pensar condensado
preso, retido,
pensado
tempos antes da invenção da consciência.

4 comentários:

Glauber Vieira disse...

Belo texto Deveras, só tem um errinho de ortografia: vc escreveu "idealialistas" em vez de idealistas.

Fernando Maia Jr. disse...

Um erro de digitação, na verdade. :-)

Essa poesia... Ela é um tanto opalina. De certo ângulos, vc consegue um brilho perolado, mas no todo, é opaca.

Como uma opala, ela é amorfa, o que passa uma idéia de simplicidade, mas na verdade é muito difícil identificar de imeadiato sua estrutura. Justamente como numa sopa de idéias, em que, se mergulharmos, só não nos tornamos loucos se formos gênios.

Essa poesia é mesmo como uma opala, cuja lapidação não é possível. Se lapidássemos, poderia até ficar mais bonita, mas o risco de estragar (destruir) é grande.

Fica assim: uma opala.

Paulão Fardadão Cheio de Bala disse...

É um opala, seis cilindros, quatro rodas, porta malas espaçoso, conforto para toda a família.

Muryel De Zôppa disse...

lembrei-me do cara na cabeça do Jon Malko.
Profundo!