Antes que a bomba estoure
Na minha cara de açougue
(Porque meus irmãos agonizam no frigorífico
a dor de suas carcaças geladas)
Antes que o favo mele
Meu “do-ré-mi”
Esturricado
Antes do pescoço na navalha
E o grito coagulado na garganta
Pecados que velam desejos
Mares nítidos na parede pichada
(E lá estava meu antigo nome, declarando amor eterno)
Antes que visite meu sonho mais uma vez
E roube minha consciência
Condeno-me á um pouco de juízo
Terei a primavera mínima
Nos olhos daquela menina
Da defunta calorosa
Antes de qualquer coisa
Despedaço o consolo
Em nervos rompidos
E cânticos de assassinos
Antes de mulher
Serei malandro
Surrando pequenas
Com flores parcas
Antes de mim
A sina
O desmaio no cartão vermelho
Um beijo no pescoço
Do vampiro que não gotejava sangue
Mas palavras sanguessugas.
Na minha cara de açougue
(Porque meus irmãos agonizam no frigorífico
a dor de suas carcaças geladas)
Antes que o favo mele
Meu “do-ré-mi”
Esturricado
Antes do pescoço na navalha
E o grito coagulado na garganta
Pecados que velam desejos
Mares nítidos na parede pichada
(E lá estava meu antigo nome, declarando amor eterno)
Antes que visite meu sonho mais uma vez
E roube minha consciência
Condeno-me á um pouco de juízo
Terei a primavera mínima
Nos olhos daquela menina
Da defunta calorosa
Antes de qualquer coisa
Despedaço o consolo
Em nervos rompidos
E cânticos de assassinos
Antes de mulher
Serei malandro
Surrando pequenas
Com flores parcas
Antes de mim
A sina
O desmaio no cartão vermelho
Um beijo no pescoço
Do vampiro que não gotejava sangue
Mas palavras sanguessugas.
6 comentários:
Muito bom, Rita.
Uma violência em sentir com a qual muito me identifico. Sucessão de imagens ferrada. Colagem poética, Benjaminiana... Rua de mão única.
eh dificil imprimir um tremor interno, admiro vc por fazer isso com lirismo =*
Em alguns momentos lembrou-me a dolorosa Sylvia Plath.
Apareça no Cinco Espinhos e conheça nossa proposta.
Abraços!
Entendo, vc me ama...
aff... essa menina é poeta demais!
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