Ele e ela estão
saltando de paraquedas.
ELA: Meu Deus!
ELE:
Isso é tão
maravilhoso!
Ela não responde.
Ele insiste.
ELE:
Não é
maravilhoso?
ELA:
Um pouco.
Ela não parece
achar maravilhoso.
Ele percebe.
ELE:
O que foi?
ELA:
Acho que eu
vou vomitar.
ELE:
Fica calma.
Ela ri um riso
nervoso.
ELA:
É uma tarefa
bem simples, considerando que eu tô despencando de sei lá quantos metros de
altura...
Ele interrompe.
ELE:
São...
Ela interrompe.
ELA:
Não! Não diz!
Não quero saber a altura.
Ele desconversa.
ELE:
Não parece
que somos grandes? Olha pra baixo.
ELA:
Não posso,
senão eu vomito.
Ele insiste.
ELE:
Olha pra
baixo.
Ela olha.
ELE:
Olhando tudo
daqui não parece que somos grandes?
ELA:
Parece.
ELE:
Mas, ao mesmo
tempo, não dá uma certeza de que não somos nada?
ELA:
Como assim?
ELE:
Ao mesmo
tempo em que eu acho que sou enorme, porque tudo me parece tão pequeno, eu me
sinto um nada, porque tenho certeza de que sou só mais uma pequena parte
daquilo tudo que tá lá embaixo. Entendeu?
ELA:
Entendi.
ELE:
E aí?
ELA:
Não sei.
Nunca tinha pensado nisso antes. Nunca tinha saltado de paraquedas.
ELE:
A gente salta
de paraquedas todos os dias e nem percebe.
Ela não entende.
ELE:
Como agora,
por exemplo.
Está na hora de abrir
o paraquedas.
ELE:
Eu te amo.
Um comentário:
É verdade...
Postar um comentário