(Por Oswaldo)
“Daí porque o sertanejo fala pouco:
as palavras de pedra ulceram a boca”
(João Cabral De Melo Neto)
.
negr'o agreste língua sertão da peste
correnteza-carcaça de mil vidas passadas o
batalhar dos calos sob reflexo
solar dourado
do fado
.
Lampião
co’os pés trincados
pernambuca de chão a chão
.
lâmin'aborrece o bucho
bala-sertão jagunço
atent'a olhos empoeirados (esquenta)
para as margens
do mar em pó
(lesma derrete no riacho das lágrimas de sal)
.
é
pedra que à luz do dia chora-
transpira e
faca qu’educada em pedra
emoldur’a tripa
Oswaldo
.
7 comentários:
Nossa Muryel! Isto transcende o poema, o cordel. É um verdadeiro trabalho de pesquisa sobre as tradições orais nordestinas.
"permanbucar" de chão em chão, é de um lirismo comovente.
Parabéns com louvor!
Você está craque nessa arte. Desenvolveu bem e vem crescendo. Este está 10. Você tem que dar umas aulas para o Muryel. rsrsrsrsrsrs
as palavras do Lameque serão repetidas por mim
gosto dos teu estilo!
Caraleo!
Matou a pau. A última estrofe (embora o texto todo seja primoroso) roubou a cena (se é que era possível)
"é
pedra que à luz do dia chora-
transpira e
faca qu’educada em pedra
emoldur’a tripa"
Deu para ouvir o tinir de uma tramontina nas entranhas de algum desafortunado.
Meus cumprimentos
ficanapaz!
Bom. Muito bom. Estilo seguro. Seguro do que faz.
Ah, sim, mas achei o título mt grande - não sei, achei que não combinou toda esta grandeza. Não para vir sempre junto com o poema. Foi bom apresentar que ele tem mais de um título aqui, mas não precisa ser sempre. Acho que assim, vindo tudo junto, rouba um pouco a cena. Não sei de mais nada... :-P
Adorei o poema. Está muito bem feito.
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